· Equipe HostnJoy · Legislação Airbnb · 7 min read
Nova Lei Airbnb 2025: Condomínios Podem PROIBIR Locações? Entenda Seus Direitos
PL 4/2025 pode revolucionar o Airbnb no Brasil. Descubra como a nova lei do Código Civil afeta anfitriões, o que muda para condomínios e como proteger seus investimentos.
URGENTE: Uma nova lei pode revolucionar o mercado de Airbnb no Brasil. O Projeto de Lei 4/2025, em tramitação no Senado, ameaça dar poder total aos condomínios para vetar locações por temporada via plataformas digitais.
A pergunta que assombra meio milhão de anfitriões brasileiros: seus investimentos estão em risco?
Se você é anfitrião ou está pensando em investir nesse mercado, precisa entender agora o que está em jogo.
A HostnJoy é uma administradora especializada em gestão de propriedades Airbnb em Belo Horizonte.
O Que É o PL 4/2025 e Por Que Você Deve Se Preocupar
O Projeto de Lei 4/2025 foi apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco em janeiro de 2025. Oficialmente, é uma “atualização do Código Civil”. Na prática, pode inviabilizar o Airbnb em condomínios brasileiros.
A Mudança Radical
Hoje: Condomínios precisam proibir expressamente o Airbnb na convenção.
Se a lei passar: Airbnb será automaticamente proibido, exceto se explicitamente autorizado.
É uma inversão completa da lógica atual.
Os Números Que Assustam
- 3,3 milhões de condomínios no Brasil podem ser afetados
- +500.000 anfitriões em risco
- R$ 2,1 bilhões em receita anual ameaçada
- 180.000+ anúncios ativos podem desaparecer
O Que Diz Exatamente a Lei
O texto é claro e preocupante:
“Nos condomínios residenciais, o condômino não poderá utilizar sua unidade para fins de hospedagem atípica por meio de plataformas digitais, salvo autorização expressa na convenção ou deliberação assemblear.”
Traduzindo o “Juridiquês”
“Hospedagem atípica” = Airbnb, Booking, Vrbo e similares
“Autorização expressa” = Deve estar escrito na convenção do condomínio
“Deliberação assemblear” = Assembleia pode votar com 2/3 dos condôminos
O Que Muda na Prática
Aspecto | Lei Atual | PL 4/2025 |
---|---|---|
Status padrão | Permitido | PROIBIDO |
Para autorizar | Não precisa constar na convenção | Deve constar explicitamente |
Quórum para decidir | 3/4 dos votos | 2/3 dos votos |
Poder do condomínio | Limitado | Total |
Por Que Essa Lei Pode Passar (E Provavelmente Vai)
O STJ Já Abriu o Caminho
O Superior Tribunal de Justiça vem decidindo contra o Airbnb:
Abril 2021 - REsp 1.819.075/RS:
- Situação: Apartamentos com alta rotatividade de hóspedes
- Decisão: Condomínio pode proibir
- Fundamento: Desvirtua o caráter residencial
Novembro 2021 - REsp 1.884.483/PR:
- Situação: Convenção proibia locações menores que 90 dias
- Decisão: Proibição é válida
- Fundamento: Prevalece o sossego da coletividade
Tendência Nacional dos Tribunais
- São Paulo: 68% das decisões restringem Airbnb
- Rio de Janeiro: 61% das decisões são restritivas
- Minas Gerais: 74% das decisões contra anfitriões
- Rio Grande do Sul: 71% das decisões restritivas
A jurisprudência já caminha para restrições. O PL 4/2025 apenas oficializa isso.
O Autor Tem Peso Político
Rodrigo Pacheco não é qualquer senador:
- Ex-presidente do Senado
- Projeto criado por comissão de 38 juristas
- 18 meses de trabalho técnico
- Apresentado como “marco civilizatório”
Cronograma: Quando a Lei Pode Entrar em Vigor
Timeline Realista
✅ Janeiro 2025: Projeto apresentado
⏳ Setembro 2025: Definição das comissões
📋 Outubro 2025 - Março 2026: Análise técnica
🗣️ Abril-Junho 2026: Audiências públicas
🗳️ Julho-Setembro 2026: Votação no Senado
📨 Outubro 2026: Envio para Câmara dos Deputados
⚖️ 2027-2028: Tramitação na Câmara
📍 2028: Provável entrada em vigor
Probabilidades
85% de chance de a lei passar (possivelmente com algumas modificações)
15% de chance de arquivamento ou mudanças substanciais
Quem Será Mais Afetado
Anfitriões Ocasionais (65% do mercado)
Perfil:
- 1 propriedade própria
- Alugam esporadicamente
- Baixa rotatividade de hóspedes
Impacto: BAIXO
- Podem argumentar “locação por temporada” tradicional
- Menor resistência dos vizinhos
- Mais fácil negociar individualmente
Investidores Focados (25% do mercado)
Perfil:
- 2-10 propriedades dedicadas
- Alta rotatividade
- Gestão profissionalizada
Impacto: ALTO
- Caracterizados como “hospedagem atípica”
- Maior oposição dos condomínios
- Necessitam estratégia jurídica
Empresas e Fundos (10% do mercado)
Perfil:
- 10+ propriedades
- Operação tipo hotelaria
- Múltiplas cidades
Impacto: CRÍTICO
- Modelo de negócio diretamente ameaçado
- Precisam reposicionar completamente
- Migração para outros formatos
Propriedades Mais Vulneráveis
🔴 RISCO ALTO:
- Condomínios tradicionais residenciais
- Prédios antigos (construídos antes de 2012)
- Convenções desatualizadas
- Histórico de conflitos
🟡 RISCO MÉDIO:
- Condomínios mistos
- Convenções neutras sobre o tema
- Prédios em regiões turísticas
🟢 RISCO BAIXO:
- Condomínios que já autorizam explicitamente
- Casas independentes
- Condomínios hoteleiros
Impacto Econômico da Nova Lei
O Que Está Em Jogo
Dados oficiais do setor (2024):
- Receita dos anfitriões: R$ 2,1 bilhões
- Gastos dos hóspedes: R$ 26 bilhões
- Empregos diretos: 44.000
- Empregos indiretos: 101.000
Simulação: Se 40% dos Anúncios Forem Afetados
Perdas anuais estimadas:
- Receita dos anfitriões: -R$ 840 milhões
- Gastos turísticos: -R$ 10,4 bilhões
- Empregos perdidos: 58.000 (diretos + indiretos)
- Impostos perdidos: -R$ 126 milhões
Setores Mais Afetados
Restaurantes e Alimentação:
- Hóspedes Airbnb gastam R$ 127/dia em média
- 78% preferem estabelecimentos locais
- Perda estimada: R$ 2,4-3,8 bilhões/ano
Transporte:
- 89% usam transporte por app
- 67% alugam carros
- Perda estimada: R$ 1,2-1,9 bilhão/ano
Comércio Local:
- Gasto médio: R$ 340/estadia
- Beneficia farmácias, supermercados, lojas
Comparação: Airbnb vs Hotéis
Métrica | Airbnb | Hotéis |
---|---|---|
Receita total | R$ 2,1 bi | R$ 9,8 bi |
Empregos diretos | 44.000 | 195.000 |
Permanência média | 4,8 dias | 2,1 dias |
Cidades atendidas | 2.330 | 650 |
Impostos pagos | R$ 147 mi | R$ 735 mi |
O Airbnb democratiza o turismo, levando visitantes para 2.330 cidades vs 650 dos hotéis.
Como Se Proteger: Estratégias Práticas
Ações Imediatas (Faça Hoje)
1. Auditoria da Sua Situação
- Baixe a convenção atualizada do seu condomínio
- Procure termos: “residencial”, “comercial”, “hospedagem”
- Identifique se há alguma proibição atual
- Verifique quando foi a última atualização
2. Mapeamento Político
- Converse com o síndico
- Identifique outros anfitriões no prédio
- Avalie o perfil dos condôminos (idade, profissão)
- Verifique histórico de conflitos
3. Documentação de Defesa
- Compile benefícios que você trouxe ao condomínio
- Documente comportamento exemplar dos hóspedes
- Registre investimentos feitos na propriedade
- Colete depoimentos de vizinhos favoráveis
Estratégias de Médio Prazo
1. Mobilização no Condomínio
Passo a passo para tentar autorização:
- Forme grupo com outros anfitriões
- Prepare dados econômicos convincentes
- Proponha assembleia extraordinária
- Apresente proposta de autorregulação
- Vote alteração da convenção
2. Modelo de Cláusula Protetiva
Sugira incluir na convenção:
“É permitida a locação por temporada de unidades residenciais por períodos de até 90 dias, incluindo hospedagem via plataformas digitais, desde que respeitadas as normas de segurança, silêncio e civilidade do condomínio.”
3. Estratégia de Direito Adquirido
Se você já opera há anos:
- Documente todo o histórico de operação
- Registre investimentos baseados na lei atual
- Comprove boa-fé e integração com vizinhança
- Prepare defesa jurídica se necessário
Plano B: Alternativas de Negócio
1. Diversificação Geográfica
- Casas independentes (não sujeitas à lei)
- Condomínios que já autorizam
- Regiões do interior (menor resistência)
- Condomínios hoteleiros
2. Mudança de Modelo
- Locação corporativa (+30 dias)
- Housing para empresas
- Aluguel para estudantes
- Gestão para terceiros (co-hosting)
3. Segmentos Alternativos
- Estadias longas (1-3 meses)
- Executivos em transição
- Médicos temporários
- Consultorias e projetos
Comparação Internacional: Brasil vs Mundo
Exemplos de Outros Países
Barcelona, Espanha:
- Proibição total até 2028
- 10.101 licenças canceladas
- Foco na crise habitacional
Nova York, EUA:
- Proibição para locações <30 dias
- Apenas prédios com ≤3 unidades
- Multas de até US$ 5.000
Paris, França:
- Máximo 120 dias por ano
- Registro obrigatório
- Multas até €12.500
Ranking de Restrições
🔴 Mais Restritivos:
- Barcelona (proibição total)
- Nova York (quase proibição)
- Brasil PL 4/2025 (proibição padrão)
🟡 Moderados: 4. Paris (limitação temporal) 5. Amsterdã (regulamentação específica)
🟢 Mais Liberais: 6. Texas (regulamentação mínima) 7. Portugal (incentivo ao turismo)
O Brasil está seguindo a tendência mundial de maior controle, mas nossa abordagem será uma das mais rígidas.
Perguntas Frequentes
Sobre a Lei
P: A lei proíbe totalmente o Airbnb? R: Não. Ela inverte a lógica: ao invés de permitido por padrão, passa a ser proibido por padrão. Condomínios podem autorizar se quiserem.
P: Vale para casas independentes? R: Não. A lei afeta apenas condomínios edilícios (prédios). Casas independentes continuam livres.
P: Quando entra em vigor? R: Estimativa entre 2028-2029, após tramitação no Senado e Câmara.
Sobre Direitos
P: Tenho direito adquirido se já opero há anos? R: É uma tese defensável na Justiça, mas não garantida. Depende de comprovação de investimentos e boa-fé.
P: Posso ser multado se continuar operando? R: Sim. O condomínio pode aplicar multas baseadas na convenção e, em casos extremos, entrar com ação judicial.
Sobre Estratégias
P: Vale a pena vender minha propriedade agora? R: Depende do risco específico. Propriedades em condomínios hostis podem desvalorizar. Analise caso a caso.
P: Aluguel tradicional compensa? R: Airbnb rende em média 80-120% a mais que aluguel tradicional, mas tem mais risco. A decisão deve considerar seu perfil.
P: Posso migrar para locação corporativa? R: Sim. Estadias de 30+ dias são juridicamente mais seguras e têm demanda crescente, embora com ROI menor.
Conclusão: Prepare-se Para a Mudança
O PL 4/2025 não é mais uma questão de “se”, mas de “quando” e “como”. Com 85% de probabilidade de aprovação, a mudança é praticamente inevitável.
Os Principais Takeaways
- A mudança é real e iminente - Não é apenas mais um projeto de lei
- Preparação antecipada é fundamental - Quem se antecipar terá vantagem
- Nem tudo está perdido - Existem estratégias de proteção e adaptação
- Diversificação é proteção - Não dependa 100% do modelo atual
- Relacionamento é poder - Diálogo pode resolver muitos conflitos
O Que Fazer Agora
Para anfitriões ocasionais: Foque no relacionamento com vizinhos e documente seu histórico positivo.
Para investidores focados: Faça análise de risco de cada propriedade e considere diversificação.
Para empresas: Prepare migração para modelos alternativos de negócio.
Mensagem Final
O mercado de locação por temporada não vai acabar. Vai se transformar.
Países que passaram por regulamentações similares emergiram com setores mais maduros e lucrativos. O Brasil pode seguir o mesmo caminho.
O importante é não ser pego de surpresa. Aja agora.
Sobre a HostnJoy: Somos uma administradora especializada em gestão de propriedades Airbnb em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, acompanhando todas as mudanças legislativas que afetam nossos clientes.
Última atualização: 15 de agosto de 2025
Este artigo é atualizado mensalmente com base na tramitação do PL 4/2025 e novas jurisprudências.